Em meio às discussões econômicas, os líderes reunidos para a reunião do G20 em São Paulo terão a oportunidade de imergir na riqueza cultural do Brasil por meio da exposição “100 anos de arte brasileira”. Programada para acontecer no Pavilhão da Bienal, no Parque Ibirapuera, em São Paulo, durante os dias 28 e 29 de fevereiro, a mostra é uma iniciativa para enriquecer a agenda do encontro, que contará com a presença de ministros de Finanças e presidentes de Bancos Centrais das principais economias do mundo, incluindo representantes da União Africana e da União Europeia. A exposição começa antes da reunião de ministros, no dia 26, primeiro dia da 2ª Reunião de Deputies de Finanças.
Curada por Jacopo Crivelli Visconti, a exposição propõe uma pausa reflexiva nas discussões, apresentando aos participantes um panorama da arte brasileira, desde o modernismo até a contemporaneidade, evidenciando a interseção entre a economia global e a expressão artística local.
A escolha do prédio da Bienal de São Paulo como sede para esta exposição não foi por acaso. O edifício, projetado por Oscar Niemeyer e considerado um marco da arquitetura moderna brasileira, não apenas dialoga com as obras apresentadas, mas também ressalta a importância do Brasil no cenário artístico global. A Bienal de São Paulo, desde sua fundação, tem sido um palco crucial para a arte contemporânea, promovendo o diálogo cultural e a inovação.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, será o presidente do encontro que recebe a exposição, o primeiro de nível ministerial da Trilha de Finanças do G20. Esta exposição não só serve como uma janela para a arte brasileira para os líderes financeiros mundiais presentes no G20, como também reafirma o papel do Brasil como um epicentro vibrante de criatividade e inovação artística. Trata-se de oportunidade de mergulhar na evolução e riqueza da arte brasileira, estimulando uma reflexão profunda sobre a identidade cultural do país e o papel vital da arte na sociedade, em meio ao debate sobre questões econômicas globais.
A organização do espaço foi pensada para refletir a multiplicidade da arte brasileira. Cada uma das salas bilaterais, assim como os lounges da presidência e dos ministros, e as salas de coordenação, é dedicada a um movimento ou artista específico, proporcionando uma experiência envolvente e educativa.
A sala mais emblemática, destinada às reuniões plenárias, exibirá obras de artistas indígenas e apresentam para o mundo as raízes e diversidade cultural do Brasil. As criações de Daiara Tukano e Jaider Esbell oferecerão aos participantes uma janela para a visão singular dos povos originários do país, destacando a riqueza e a profundidade de suas contribuições culturais.
A seleção reúne ainda obras de artistas de importantes fases da história da arte no país, incluindo o modernismo, o concretismo, o neoconcretismo, a Geração 80 e a vibrante escola contemporânea brasileira. Nomes internacionalmente conhecidos como Tarsila do Amaral, Di Cavalcanti, Lygia Clark e Lygia Pape enriquecem a mostra com suas obras únicas.
A fotografia, tanto moderna quanto contemporânea, também ganha destaque, sublinhando a diversidade e riqueza do cenário artístico nacional. Artistas como Caio Reisewitz, Jean Manzon, Luis Braga, Mauro Restiffe e Sofia Borges, capturam a complexidade e a beleza do Brasil, desde suas paisagens urbanas e naturais até os detalhes mais sutis da vida cotidiana, contribuindo significativamente para a narrativa visual do país.
A exposição ainda contará com obras de Alice Shintani, Beatriz Milhazes, Carmela Gross, Cícero Dias, Djanira, Emanoel Araújo, Geraldo de Barros, Gustavo Caboco, Iole de Freitas, Ismael Nery, Leda Catunda, Mestre Didi, Regina Silveira, Rosana Paulino, Sandra Cinto, Sergio Camargo, Sonia Gomes, Heitor dos Prazeres, Hélio Melo, Frans Krajcberg, Waltercio Caldas, entre outros.