Raiva nos pets: Como prevenir?

A raiva representa uma ameaça significativa à saúde pública e animal. A doença é uma zoonose, o que significa que pode ser transmitida dos animais para seres humanos. Apesar de ser um tema recorrente, muitas pessoas têm dúvidas sobre como os pets são afetados por essa enfermidade.

No Brasil, recentemente foi confirmado um caso de raiva no estado de São Paulo. O animal afetado foi submetido a um exame PCR que confirmou a doença. Porém, não foi possível determinar se o vírus que afetou o cão era da variante canina ou a transmitida por morcegos.

De acordo com dados da Secretaria Municipal da Saúde de São Paulo, a cidade não registrava casos de raiva em cães da variante canina desde 1983, e quanto a variante transmitida pelo morcego, o último caso ocorrido foi em 2011.

Mas, como os cães e gatos contraem a raiva? A raiva é uma doença infecciosa viral aguda causada pelo vírus do gênero Lyssavirus, da família Rabhdoviridae.  O contágio direto acontece por três vias: troca de secreções, contato sanguíneo ou mordida, sendo a última a via mais comum de infecção.  

A doença também pode ser transmitida de forma indireta, o animal pode se contaminar ao entrar em contato com secreções contaminadas, seja ao morder um objeto ou por meio de feridas na pele. Os principais transmissores da doença são morcegos, guaxinins, gambás e macacos, que contaminam os pets de forma acidental.

O vírus age primeiro no sistema periférico de cães e gatos, ou seja, no local da mordida. Depois, ele se replica pelo organismo até atingir o cérebro, causando uma série de reações neurológicas. Em seguida, ele se instala nas glândulas salivares e, pela saliva, pode ser transmitido para outros animais. “A doença age no sistema nervoso central e evolui de forma progressiva, dessa forma, o animal contaminado perde o domínio da sua capacidade física e psíquica se tornando, irritadiço, agressivo e descoordenado em todos os sentidos”, explica a médica veterinária e especialista de marketing da Unidade de Pets da Ceva, Natália Abreu.

A salivação excessiva, sinal mais marcante associado a doença, é apenas um dos sintomas associados. “No quadro de raiva, os animais apresentam primeiramente alterações comportamentais, como medo, excitação, depressão, e principalmente agressividade. Com a progressão da doença, os sintomas neurológicos se acentuam e o pet passa a ter dificuldade de engolir, salivação excessiva, falta de coordenação nos membros e paralisia. A evolução do quadro leva o animal ao óbito”, detalha Natália.

Não há cura para raiva em cães e gatos. Para os humanos existe tratamento para a enfermidade, mas mesmo nestes casos as chances de cura são mínimas e a enfermidade pode gerar diversas sequelas neurológicas. Ao suspeitar que o animal está contaminado, o tutor deve buscar ajuda profissional imediatamente.

Para proteger os pets e, consequentemente os humanos, a vacinação é fundamental. No caso dos filhotes, é indicada a imunização a partir do quarto mês de vida. Já os animais adultos devem ser revacinados anualmente.

“É importante reforçar que a vacinação é uma ferramenta de prevenção contra doenças indispensável na vida dos pets. Cães e gatos devem ser vacinados anualmente contra a doença e os tutores devem seguir rigorosamente o calendário de vacinação estabelecido pelo médico veterinário. Atrasar ou pular imunizações deixa o pet vulnerável a ação de uma série de vírus, por isso é indispensável manter a carteirinha de vacinação do animal em dia”, finaliza Natália.

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