Improvisação e sons do mundo marcam o Instrumental Sesc Brasil de outubro

O Instrumental Sesc Brasil apresenta no mês de outubro uma programação repleta de diversidade sonora. O projeto, que existe há mais de 30 anos, segue como um ponto de encontro entre músicos novos e consagrados, proporcionando experiências marcantes tanto para o público presencial quanto para quem acompanha online, de casa. Os shows acontecem sempre às terças-feiras, às 19h, no Teatro Anchieta do Sesc Consolação, com transmissão ao vivo pelo canal YouTube do ISB.

A abertura do mês, no dia 1º de outubro, fica por conta da banda feminina de rock instrumental Ema Stoned, que lança seu novo álbum, “Devaneio”. Com uma sonoridade ousada, o grupo explora o improviso e experimentações sonoras, com pitadas de psicodelismo, noise e free jazz. Neste show, convida ao palco importantes nomes femininos da cena da música experimental.
 

No dia 8 de outubro, o clarinetista Felipe Rossi, um dos vencedores do Prêmio BDMG Instrumental 2024, sobe ao palco com seu sexteto, apresentando-se com um repertório majoritariamente autoral. O show conta com a participação especial do violonista Daniel Murray.
 

Suzete Santos, saxofonista do Rio Grande do Norte com mais de 30 anos de carreira, apresenta, no dia 15, um repertório de choros e música nordestina, celebrando a rica herança cultural do Brasil; ela é acompanhada por um regional paulistano.
 

Em um encontro de gerações, os compositores e multi-instrumentistas Marquinho e Cainã Mendonça, pai e filho, apresentam-se no dia 22 de outubro, em uma celebração de seus álbuns recentes, “Paisagens Invisíveis” e “Dança”.
 

Encerrando a programação no dia 29Camila Lordy e seu grupo convidam o público para uma viagem musical inspirada por diferentes geografias sonoras. O show é uma imersão nas culturas do mundo, enriquecendo o repertório instrumental com influências globais.

1/10. Terça, 19h.

Ema Stoned

Foto: Sue Elie Andrade-Dé

Ema Stoned apresenta o show de lançamento do seu novo álbum, “Devaneio”, trazendo músicas inéditas com momentos de improviso e experimentações sonoras. Com Alessandra Duarte (guitarra e efeitos), Elke Lamers (baixo e efeitos) e Theo Charbel (bateria e efeitos); para o Instrumental Sesc Brasil, também convidam importantes nomes femininos da cena da música instrumental para um encontro de improvisação coletiva, ancorada na presença e no presente, em um constante fluxo de trocas sonoras: Paula Rebellato (Rakta, Acavernus), Sue Elie Andrade-Dé (Mudas de Marte, Ozu) e Dharma Jhaz, precursora do Punk Jazz Latino.
 

A banda instrumental feminina é guiada por improvisação e experimentação constantes, com pitadas de psicodelismo, noise e free jazz. Sua música abre portas para o florescimento de um novo gênero musical, o rock digressivo, que após anos de existência, aparece como um termo de maior coesão com o ethos da Ema Stoned. Uma sonoridade que não busca o progresso – que tanto vem destruindo a natureza – ou chegar a lugar algum, mas sim se interessa pelas curvas, divagações, desvios e digressões que nos trazem de volta à nossa essência criativa e que contém, dentro dela, a possiblidade de imaginar e criar mundos. Ela segue sendo apontada como uma das maiores representantes do rock instrumental feminino no Brasil.

8/10. Terça, 19h.

Felipe Rossi Sexteto
 

Felipe Rossi — Foto: Amanda Canhestro

O clarinetista Felipe Rossi e seu sexteto apresentam um show majoritariamente autoral; mesclando música de câmara com improvisação livre, Rossi e sua banda propõem uma música polifônica e sem amarras, reafirmando a importância dos diálogos em direta contraposição ao nosso mundo contemporâneo inundado por discursos.

Com Felipe Rossi (clarinete e clarone), Danillo Mendonça (trombone), Bernardo Moreira (piano e sintetizador), Alberto Ouziel (contrabaixo acústico), Pedro Ramalho (bateria) e José Henrique Soares (percussão e eletrônica). Participação especial do violonista e compositor Daniel Murray.
 

Rossi possui uma carreira multifacetada, que já o levou aos quatro cantos do planeta. Contribuíram decisivamente para sua formação diálogos com Ilan Grabe, Oiliam Lanna e Ian Guest no Brasil, com Gérard Pesson, Marco Stroppa e Beat Furrer na Europa e com Roger Reynolds, Paul Motian e Brian Ferneyhough nos EUA. Igualmente cruciais  relevantes foram estudos de música eletroacústica com Miller Puckette, de cognição musical com Stephen McAdams, de rítmica com Edwin Harkins e de música indiana com Kartik Seshadri.
 

Seus mais recentes projetos incluem cinco trabalhos: uma peça para trompete solo, grupo de câmara, live electronics e live video inspirada na obra de Adolf Wölfli, uma adaptação do conto “O Homem de Cabeça de Papelão”, de João do Rio, em forma de monodrama, um ciclo de miniaturas para acordeão e eletrônica e uma obra para grupos de câmara modulares conectados telematicamente. Paralelamente ao seu trabalho enquanto compositor, Rossi também atua como instrumentista, arranjador, produtor musical, engenheiro de áudio e professor. No momento também escreve um livro em parceria com o contrabaixista Mark Dresser.

15/10. Terça, 19h.

Suzete Santos
 

Suzete Santos — Foto: Francisco Júnior

Natural de Cruzeta (RN), com mais de 30 anos de carreira, a saxofonista Suzete Santos apresenta o show “Raízes nordestinas em choro”, uma celebração vibrante da música nordestina e do choro, com composições próprias e clássicos do gênero.
 

Em destaque, peças do seu EP “Raízes seridoenses”, o primeiro trabalho gravado por uma saxofonista mulher do Rio Grande do Norte, que enfatiza tanto o choro quanto a música nordestina. O repertório inclui clássicos como “Saxofone, porque choras?” (Ratinho – Severino Rangel de Carvalho), “Espinha de bacalhau” (Severino Araújo) e “Ternura” (K-Ximbinho), além de homenagens a compositores renomados da região nordeste, como Teixeira de Manaus, Hermeto Pascoal, Sivuca e Tonheca Dantas. No Instrumental Sesc Brasil, Suzete Santos exalta o choro potiguar autoral com uma interpretação única e influências da sonoridade de bandas tradicionais do Seridó, além de passar por estilos musicais nordestinos como baião, valsa e forró. Suzete é acompanhada por Zé Barbeiro (violão), Roberta Valente (pandeiro) e Milton Mori

22/10. Terça, 19h.

Marquinho e Cainã Mendonça
 

Foto: Bia Serranoni

Pai e filho, Marquinho e Cainã Mendonça apresentam o repertório de seus recentes álbuns, “Paisagens Invisíveis” (2022), com composições de Cainã, e “Dança” (2023), de Marquinho. A sonoridade dos trabalhos de ambos transita pela música regional brasileira e latina, incorporando improvisações de linguagens universais e do jazz.
 

Todos os músicos participantes são multi-instrumentistas; o espetáculo apresenta uma grande diversidade sonora, com instrumentos ancestrais como o Balafon arranjado junto com flauta e sanfona, ou ainda a gaita com baixo acústico e percussão. Com Marquinho Mendonça (violão, guitarra, balafon e gaita), Cainã Mendonça (bateria e piano), Josué dos Santos (saxofone e flauta), Maiara Moraes (flauta), Cleber Almeida (percussão e bateria), Daniel Grajew (sanfona e piano), e Noa Stroeter (baixo acústico).
 

Baterista, pianista e compositor, Cainã Mendonça passou a infância participando de diversas atividades musicais, apresentações e gravações de estúdio. Fez parte de shows e álbuns com os músicos Carlos Malta, Arismar do Espirito Santo, Nailor Proveta, Filó Machado, Christianne Neves, Bruna Black, Renato Anesi, Matu Miranda, Débora Gurgel e Adylson Godoy. Gravou com 15 anos seu primeiro álbum autoral, Paisagens Invisíveis, que foi lançado em 2022. Apresenta-se constantemente com músicos de diferentes gerações e linguagens.
 

Marquinho Mendonça é compositor, multi-instrumentista e produtor. Gravou três discos autorais de música instrumental e lançou no Brasil e exterior um álbum de partituras com suas composições. Trabalhou em shows e gravações com diversos artistas, entre eles Zé Menezes, Proveta, Renato Anesi, Roberto Mendes, Altamiro Carrilho, Orquestra Popular do Recife, Yamandu, Oswaldinho do Acordeom, Tião Carvalho, Celso Viáfora, Zé da Velha e Silvério Pontes. Idealizou e realizou, como diretor e produtor musical, a série Brasil Toca Choro pela TV Cultura. Dedica-se à prática, pesquisa e difusão da música regional brasileira. Toca, além das cordas e percussão, a gaita e o balafon.

29/10. Terça, 19h.

Camila Lordy
 

Foto: Georgia Branco

O show apresenta o repertório composto para o trabalho literário e musical de Camila Lordy e propõe uma viagem sonora inspirada em cinco geografias: Índia, Grécia, Turquia, Gana e Brasil, as paisagens que integram o livro/álbum “Som Protagonista, contos e lendas do mundo”.
 

Ao intercalar algumas músicas de compositoras brasileiras para dialogar com o repertório composto para o livro, lançado em 2021 e que conta histórias tradicionais sobre o som, o show apresenta sonoridades inspiradas por personagens da tradição oral espalhada pelo mundo. Camila sobe ao palco acompanhada por Pedro Ito (percussão), Fi Maróstica (baixo), Marcelo Monteiro (sax e flauta) e Débora Gurgel (flauta e piano).
 

Camila Lordy é pianista, compositora, educadora e mestre na linha de pesquisa em História Social da Cultura pela UNESP. Como instrumentista participa dos trabalhos de Fernanda Takai, Vanessa Bumagny, Lú Lopes, Banda PatoFu e Banda Glória. Em 2021, lançou o projeto autoral “Som Protagonista, contos e lendas do mundo”, um livro em formato digital e físico com histórias, ilustrações e partituras. O trabalho está disponibilizado no site da autora, www.camilalordy.com.

Serviço: 

Instrumental Sesc Brasil

Local: Teatro Anchieta — Sesc Consolação (280 lugares).

Gratuito – Ingressos disponíveis no dia de cada apresentação – no portal, a partir das 12h, ou nas bilheterias das unidades do Sesc SP, a partir das 14h.

Transmissão online ao vivo no canal do YouTube do ISB

Duração: 90 minutos. Classificação: Livre.

Transmissão ao vivo e interação com o público

Para aqueles que preferirem, as apresentações são transmitidas ao vivo no canal do YouTube do Instrumental Sesc Brasil. Além disso, os internautas têm a possiblidade de fazer perguntas aos artistas, que são respondidas com a mediação da jornalista Patrícia Palumbo durante o show.

Inscreva-se também no canal do Sesc SP e fique por dentro de toda a programação que acontece nas unidades do Sesc no estado de São Paulo. Basta ter uma conta gratuita no Google.

Instrumental no SescTV

Aos domingos, às 21h30, no canal do SescTV, são transmitidos os shows do ISB que aconteceram nos últimos anos. Nessas transmissões, o público tem a oportunidade de acompanhar diversos artistas que fizeram parte do projeto.

Assista aos shows gravados do Instrumental Sesc Brasil e ao programa Passagem de Som, todo domingo, às 21h30 no SescTV. A programação também está disponível em operadoras de TV por assinatura e via satélite, em todo o Brasil.

Para sintonizar o SescTV:

Assista em sesctv.org.br, via satélite ou consulte sua operadora de TV paga. Nas redes sociais: @sesctv

Teatro Anchieta

Localizado no Sesc Consolação, primeira unidade construída do Sesc São Paulo, foi projetado pelo arquiteto Aldo Calvo e pelo paisagista Roberto Burle Marx, que também assina a cortina. É conhecido por memoráveis apresentações teatrais, de dança e da música, como o concerto de Guiomar Novaes (1894-1979) – uma das maiores pianistas brasileiras da história – em 1967, em sua inauguração. O Teatro possui 280 lugares, inclusive assentos para pessoas com necessidades especiais, e abriga uma programação diversificada de música, teatro, dança e conferências. Em seu foyer há uma cafeteria e banheiros acessíveis.

Sesc Consolação

Rua Dr. Vila Nova, 245, Vila Buarque, São Paulo

Informações: (11) 3234-3000. Acessibilidade: Sim.

Na rede: /sescconsolacao – Site do Sesc Consolação

Transmissão ao vivo em: YouTube/instrumentalsescbrasil

Horário de Funcionamento:
Terça a sexta, das 10h às 21h30. Sábados, 10h às 20h. Domingos e feriados, das 10h às 18h.

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