Ópera Cinderela estreia no Dia das Crianças no Theatro São Pedro

Um dos contos de fadas mais conhecidos do planeta será apresentado em formato de ópera no Theatro São Pedro, instituição da Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas do Estado de São Paulo, gerido pela Santa Marcelina Cultura. Com récitas nos dias 12, 13, 19 e 20 de outubro, Cinderela, de Pauline Viardot (1821-1910), traz a adaptação de uma história que atravessa culturas e segue como fonte de inspiração universal para todas as gerações.

Com uma hora e quinze minutos de duração e dividida em três atos, a ópera tem libreto da própria compositora e será realizada em português, com versão de André Dos Santos, orquestração de Juliana Ripke e um elenco de sete cantores. A montagem conta com a direção musical de Fabrícia Medeiros e concepção cênica de Julianna Santos, que destaca o caráter atemporal do clássico.

Representatividade e processo criativo 

Além de apresentar um enredo que oferece encantamento, entretenimento e identificação emocional para as pessoas ao longo do tempo, a montagem promovida pela Santa Marcelina Cultura tem um compromisso com a representatividade, conectando fantasia e realidade em um espetáculo protagonizado por pessoas negras: na ópera, a soprano Marly Montoni será Cinderela e os tenores Jean William e Mar Oliveira viverão o Conde e o Príncipe, respectivamente.


Adaptação de Pauline Viardot  

A versão de Cinderela que vai ao palco do Theatro São Pedro foi composta pela francesa Pauline Viardot e estreou em Paris em 1904, permanecendo relativamente fiel ao conto de fadas de Charles Perrault, que inspirou a obra. Nascida em uma família em que tudo girava em torno da música, Pauline começou a compor ainda menina e teve aulas de canto com os pais, harmonia e contraponto com Anton Reicha, porém seu principal interesse era o piano – inclusive foi aluna de Franz Liszt, que declarou, a respeito de Viardot, que “o mundo finalmente tinha encontrado uma mulher compositora de gênio”.

No entanto, após o falecimento da irmã – Maria Malibran (1808-1836), grande diva da ópera no século XIX -, Pauline optou por mudar de rumo e se profissionalizou como cantora. Seus maiores sucessos foram em papéis dramáticos, como Fidès em Le prophète, de Meyerbeer (que foi escrito para ela), e Rachel em La Juive, de Halévy. Além disso, Viardot interpretou o papel-título da ópera Orfeu e Eurídice, de Gluck, e cantou por diversas temporadas na ópera de São Petersburgo, na Rússia.

Paralelamente à sua carreira musical, Pauline se casou com Louis Viardot e estabeleceu um círculo social que incluía importantes figuras culturais da época, como Frédéric Chopin, George Sand, Hector Berlioz, Clara Schumann, Ivan Turgenev, Johannes Brahms, entre outras personalidades artísticas que lhe dedicaram obras musicais e literárias.

Além de dezenas de canções, obras de câmara para violino e piano e arranjos vocais para peças instrumentais de Chopin, Brahms, Haydn e Schubert, Viardot compôs cinco óperas de salão – sendo Cinderela a última dessas operetas. Com danças e canções alegres, a obra está repleta de valsas, mazurcas e polcas. E como uma ópera cômica, mistura canto e diálogos falados, sem fugir das típicas rimas fáceis e irônicas, quase sempre destacadas ritmicamente.

Apresentação no Dia das Crianças 

Dedicada ao público infantojuvenil, a montagem de Cinderela traz uma história de conto de fadas clássica que é amada por crianças e adultos. Além de envolver elementos de magia, romance e transformação, especialmente cativantes ao público jovem, a ópera será apresentada em português, tornando o espetáculo ainda mais acessível para estimular a imaginação das crianças e promover a apreciação das artes cênicas e da ópera. Inclusive para celebrar o Dia das Crianças, a récita de estreia será apresentada em 12 de outubro, em uma experiência cultural marcante e enriquecedora para toda as famílias.

Cinderela, no Theatro São Pedro, inclui Giorgia Massetani na cenografia; Fábio Retti na iluminação; Fábio Namatame no figurino e Tiça Camargo no visagismo. Integram o elenco Johnny França (Barão de Pictordu), Fernanda Nagashima (Amelinde), Daiane Scales (Maguelone) e Maria Sole Gallevi (Fada)

BILHETERIA  

Os ingressos custam de R$ 40 (meia-entrada) a R$ 120 (inteira) e podem ser adquiridos aqui

Transmissão ao vivo

A récita de 19 de outubro, sábado, às 17h, será transmitida ao vivo gratuitamente pelo canal de YouTube do Theatro São Pedro.

TEMPORADA LÍRICA | ORQUESTRA DO THEATRO SÃO PEDRO  


CINDERELA 

PAULINE VIARDOT (1821-1910)

[ópera em três atos, com libreto original da compositora, versão brasileira de André Dos Santos e orquestração de Juliana Ripke]

ORQUESTRA DO THEATRO SÃO PEDRO  

Fabrícia Medeiros, direção musical

Julianna Santos, direção cênica

Giorgia Massetani, cenografia

Fábio Retti, iluminação

Fábio Namatame, figurino

Tiça Camargo, visagismo

Fábio Bezuti, preparador vocal e dicção

ELENCO 

Marly Montoni, soprano (Cinderela)

Mar Oliveira, tenor (O Príncipe)

Jean William, tenor (O Conde)

Johnny França, barítono (Barão de Pictordu)

Fernanda Nagashima, mezzo-soprano (Amelinde)

Tati Reis, soprano (Maguelone)

Maria Sole Gallevi, soprano (A Fada)

Ensaio geral aberto: 09 de outubro, quarta-feira, 19h, Theatro São Pedro

Récitas: 12, 13, 19 e 20 de outubro,

Sábados, às 11h; domingos, às 17h

Local: Theatro São Pedro (R. Barra Funda, 171 – São Paulo/SP)
 

Ingressos: Plateia: R$ 120/ R$ 60 (meia)
1º Balcão: R$ 100 / R$ 50 (meia)
2º Balcão: R$ 80 / R$ 40 (meia)

Aqui

 
Duração: 75 minutos (sem intervalo) 

Classificação etária: Livre

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